A Organização das Nações Unidas (ONU) define uma crise humanitária como “um acontecimento singular ou uma série de acontecimentos que ameaçam em termos de saúde, segurança e bem-estar uma comunidade ou um grande grupo de pessoas. Pode ser um conflito interno ou externo e acontece geralmente numa grande área terrestre.”
Os exemplos enumerados no início deste artigo, infelizmente, estão muito longe de representar a totalidade das crises humanitárias que, atualmente, assolam o nosso planeta. O Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA em inglês) da ONU estima que, em 2022, 274 milhões de pessoas vão precisar de assistência e proteção humanitária. Este número representa um aumento significativo em relação aos 235 milhões de pessoas em 2021 (número este que já era o mais alto de sempre).
A pandemia da covid-19 contribuiu muito para este aumento. O esforço colocado na resolução deste problema urgente, deixou para segundo plano outras crises que já existiam, impactando negativamente a vida de muitas de pessoas.
São realidades duras, que, para serem atenuadas, contam com o apoio de ajuda humanitária. Por todo o mundo, mobilizam-se governos e organizações não governamentais para ajudar quem mais precisa. Para tal, estas organizações contam com o apoio de todos. Mas, antes de explicarmos como pode ajudar, vamos explorar as causas e consequências das crises humanitárias.
Causas e consequências das crises humanitárias
Entre as causas para as crises humanitárias, que levam a situações de insegurança, fome, falta de serviços essenciais, deslocamento populacional e até a perda de vidas humanas, destacam-se três: as ambientais, as políticas e as sanitárias.
Causas políticas
Guerras, regimes autoritários e exploração de direitos humanos são a causa de crises de refugiados, onde, muitas famílias para fugir à violência, abandonam o seu país de origem em busca de locais mais seguros. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) estima que, em 2022, o número de pessoas em situação de deslocamento forçado, como refugiados de guerra, seja mais de 100 milhões, atingindo assim números recorde. Este é o exemplo da atual guerra da Ucrânia, mas também de guerras em países como a Síria, o Iémen, Sudão do sul, Afeganistão, Nigéria, Burundi, Burkina Faso, República Democrática do Congo entre muitos outros.
Causas ambientais
Desastres naturais como inundações, terramotos, tsunamis, secas, ondas de calor, incêndios e temporais, destroem cidades e aldeias levando a situações de escassez de bens essenciais e por sua vez à fome. Isto contribui para a degradação da vida de pessoas que se vêm forçadas a procurar abrigo e melhores condições de vida noutros lugares. São os chamados deslocados ambientais. A ONU revela que nos últimos 50 anos as alterações climáticas estão na origem de muitos destes desastres, o que nos deve alertar para o impacto das nossas ações no planeta. Lembramos, entre muitos outros exemplos, o sismo e tsunami no Oceano Índico em 2004, os terramotos do Haiti, em 2010, e mais recentemente, em 2021, a seca na Somália, que afeta, ainda hoje, a vida de mais de 3 milhões de pessoas.
Causas sanitárias
As epidemias são também causa de grandes crises humanitárias. A Organização Mundial da Saúde (OMS) diz-nos que metade da população mundial ainda não beneficia de cobertura integral dos serviços de saúde essenciais. Sem essa assistência médica básica, o contágio de doenças é assim um dos maiores desafios que o mundo enfrenta em termos de saúde. Doenças como a malária, a SIDA, a covid-19 ou por vírus do ébola são casos que, nos últimos anos, continuam a deixar a população global em situações de crise. Muitos países continuam, por exemplo, privados do acesso à vacinação para a covid-19.
Como pode ajudar a combater as crises humanitárias?
Quando ocorrem estas crises são acionados mecanismos de ajuda humanitária. Este tipo de ajuda tem como principais objetivos:
- proteger os direitos humanos,
- preservar vidas humanas,
- aliviar o sofrimento,
- manter a dignidade das pessoas
- garantir o acesso a serviços básicos como saúde de qualidade, alimentação, água e abrigo.
Estas organizações contam com o seu altruísmo para poderem continuar a ajudar quem mais precisa e há várias formas de o fazer, destacamos alguns:
Através da doação de dinheiro: muitas destas organizações lidam com problemas de financiamento para enfrentarem estas crises. Doar dinheiro é sempre uma boa opção. No fim deste artigo deixamos-lhe links de organizações fidedignas para que o possa fazer.
Doar bens essenciais: se não quiser doar dinheiro pode sempre ajudar através da doação de bens, como comida e roupa. Estes bens serão enviados para os locais em crise.
Ser família de acolhimento: não é uma tarefa fácil e nem todos têm disponibilidade para o fazer, mas, como vimos recentemente com a guerra na Ucrânia, os refugiados de guerra ou refugiados ambientais precisam de acolhimento temporário. A sua casa pode ser a porta de entrada para uma nova vida.
Falar sobre o assunto: por vezes estas crises são pouco faladas e passam despercebidas porque acontecem “do outro lado do mundo”. Procure sobre o assunto, procure perceber o que se está a passar e partilhe entre amigos e familiares. Alertar para estes problemas é também uma forma muito importante de ajudar.
Estas são algumas das principais organizações de ajuda humanitária que deve conhecer, e onde encontra informação de como o fazer:
· AMI – Assistência Médica Internacional
· Médicos sem fronteiras
· PAR- Plataforma de Apoio aos refugiados
· Cruz Vermelha Portuguesa
· JRS – Serviço Jesuíta aos Refugiados
· Amnistia Internacional
· UNICEF
· CARE
· Save The Children
Tome nota!
Todos os dias milhões de pessoas atravessam situações dramáticas devido a crises de guerra, sanitárias e ambientais. Ainda que tudo isto se passe “do outro lado do mundo”, todos somos chamados a ajudar! Conheça algumas das iniciativas da Missão Continente que promovem a ajuda humanitária.
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